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Ideação e experimentação do desafio proposto

Como parte da Semana do Investimento Social Privado do 9o #CongressoGIFE, membros da Comunidade REA-Brasil, com apoio do IED e Ação Educativa reuniram, pela primeira vez num único encontro, atores de diferentes perfis: ONGs com experiência na produção de materiais didáticos, iniciativa privada, professores da rede pública e profissionais do mercado editorial.

O objetivo foi idear e elaborar protótipos que possam inspirar um projeto piloto de educação aberta e REA (recursos educacionais abertos) nas escolas públicas municipais de São Paulo. Desde 2011, São Paulo é o primeiro caso de política pública de REA no Brasil, com o Decreto 52681. No entanto, mesmo com um marco regulatórios as práticas abertas e a produção de REA por educadores e estudantes é bastante tímida. Dentre as razões, o desconhecimento das possibilidades e uso de licenças flexíveis.

Débora Sebriam, coordenadora de projetos do IED e gestora de comunicação do projeto REA.br, iniciou o encontro com uma breve apresentação do conceito, histórico do tema e citou avanços na área em outros países, como EUA, Polônia e África do Sul. Oona Castro, que coordenou a pesquisa sobre REA, realizada pela Wikimedia Foundation, pontuou como as iniciativas brasileiras na áreas são dispersas e por vezes confudem conceitos de “abertura” (que permite usos diversos e remixes) e “gratuidade” (que apenas permite o acesso sem modificação ou adaptação).

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Exercício da construção da “persona”

Gustavo Paiva, da Ação Educativa, trouxe os resultados de outra pesquisa recém-lançada, sobre a crescente presença do sistema privado apostilado nas secretarias municipais de educação brasileira que pode comprometer a garantia do direito à educação. Mesmo recebendo livros distribuídos pelo programa PNLD do MEC, várias secretarias optam por comprar materiais prontos e produzidos por editoras (apostilas e treinamento) em vez de realizarem elas mesmas seus planos municipais de educação ou estimularem a produção autoral pelos educadores.

Na sequência, a atividade prática baseada no Design Thinking foi conduzida pela diretora-executiva do IED, Priscila Gonsales, a partir do seguinte desafio: Como podemos… elaborar um projeto-piloto de REA na SME-SP, considerando a autoria de educadores e alunos?

Veja abaixo um resumo das ideias que podem ser aprimoradas ou integradas entre si para serem de fato implementadas. Iniciativa privada interessada em apoiar a concretização dessas ideias podem entrar em contato com a gente: contato@educadigital.org.br

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Grupo: Daniela Costa (Cetic.br /Nic.br), Cisele Ortiz (Avisa Lá), Manuel Gomes Neto (professor SME-SP), Viviane Vladimirshi (pesquisadora), Nayara Pereira (Nesc) e Carlos Seabra (FTD Educação)

Olimpíadas Abertas – Com o objetivo de construir REA em diferentes formatos e com base nas necessidades da própria comunidade, o projeto estimularia o protagonismo de alunos, professores e de toda a comunidade a criarem soluções para os principais problemas das regiões de São Paulo. A identificação dos problemas poderia ser utilizada pelos órgãos públicos como fonte de referência para organizar as melhorias necessárias que cabem à política pública. Já as soluções cidadãs, ideadas pelas escolas, teriam que se integrar ao projeto pedagógico de forma que a aprendizagem fique evidente e, além disso, o incentivo à publicação como REA permite que possa ser adaptado em outros contextos, além da própria cidade de São Paulo. O financiamento poderia vir da própria secretaria, com apoio da iniciativa privada.

 

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Grupo: Oona Castro (pesquisadora), Andressa Pelanda (Campanha Nacional pelo Direito à Educação), Daniella Barroso (Boreal Edições), Edinelson Silva (Nesc), Érico Pirollo (Crea+), Diego Salim (IFSP) e Marcelo Augusto Pereira dos Santos (Apertaqual)

Elaboração de REA pelas unidades escolares – E se… a SME-SP instituísse uma política de contratação de instituições e associações para promover a elaboração de REA em cada unidade escolar? Essas instituições atuariam em cocriação com as respectivas unidades escolares para garantir a produção de material de qualidade, já que passaria por vários olhares e revisões. Para isso poderia divulgar junto à iniciativa privada, especialmente empresas ligadas à área de tecnologia e produção de informação e conteúdo, como Google e editoras comerciais que pudessem se somar ao projeto realizando investimento financeiro ou oferecendo serviço. O importante é que as verbas seriam administradas pelas próprias escolas, via associações de pais e mestres ou outra relacionada para que também aprendam a lidar com gestão financeira, enviando relatórios de desenvolvimento e de prestação de contas.

 

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Grupo: Lucia Dellagnelo (CIEB), Gustavo Paiva (Ação Educativa), Alessandra Corá (Cultura Escrita), Jane Reolo (diretora de escola SME-SP), Marcia Coutinho (Cenpec) e Gutierrez de Jesus Silva (Campanha Nacional pelo Direito à Educação)

Diretrizes atuais da SME absorvendo REA como resultado – Atualmente, já faz parte da política da SME-SP o incentivo à participação democrática das escolas na criação de indicadores de qualidade para a educação, assim como a realização de ações e projetos autorais pelos alunos (como por exemplo, os projetos experimentais do 9o ano do Ensino Fundamental). O grupo propôs uma melhoria nessa política para que REA seja uma marca firmada das produções para valorizar ainda mais o trabalho docente e discente. Para isso é fundamental organizar um congresso ou seminário específico para formação das equipes técnicas e de educadores sobre licenças flexíveis e sobre o próprio Decreto Municipal que já existe na cidade. Criar um edital que pontue e oriente como criar REA. Também um ambiente online —um repositório— em que essas produções autorais poderão ser compartilhadas para inspirar outras secretarias a adotarem o mesmo processo.

#congressogife #euvounocongressogife
Muita gente boa reunida! Obrigada a tod@s!!!

REAGifegrupo2

 

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